Custo Efetivo Total – O que é e pra que serve o CET
Embora você tenha sido ensinado de que o mais importante é analisar as taxas de juros de uma operação de crédito, talvez esteja deixando algo fundamental para trás: o custo efetivo total.
Se você está a procura de um bom financiamento ou empréstimo, provavelmente já se deparou com a sigla “CET”.
Bom, chegou o momento de entender o que esta sigla significa e por que você deve estar tão atento ao custo total das operações de crédito.
O que é custo efetivo total
CET é a junção de despesas e encargos que incidem sobre uma operação de crédito.
Portanto, representa o valor exato que deve ser pago pela dívida.
Então, qual seria a importância de conhecer o custo total de um empréstimo, por exemplo?
Bom, algumas instituições financeiras ocultam determinadas cobranças da operação, deixando claro somente as taxas de juros.
Assim, o CET acaba sendo descrito nas letras pequenas do contrato e passa despercebido do cliente.
Mas, o grande problema é que estas tarifas com valores baixos quando são analisadas em conjunto, tornam-se responsáveis por tornar a operação cara.
Portanto, tenha em mente que você tem o direito de saber o custo efetivo total antes mesmo de fechar negócio.
Para isso, diversas empresas trabalham com o sistema de simulação de empréstimo, em que algumas informações pessoais são solicitadas para que a análise de crédito seja feita.
Durante a análise, verifica-se a sua situação financeira e se de fato você será capaz de quitar a dívida.
Depois disso, o banco envia uma planilha de cálculo incluindo todos os valores da operação com as taxas e o custo total.
Nesse sentido, caso tenha solicitado informações sobre o crédito e a empresa se recuse a oferecer, desconfie e procure outro banco que ofereça os dados detalhadamente.
O que compõe o CET
Antes de prosseguir, entenda que as taxas e tarifas que compõem o custo efetivo total variam conforme a empresa e o serviço solicitado.
A seguir iremos destacar as taxas principais para que você tenha por base.
A taxa de juros representa um dos principais elementos.
Portanto, indica o valor de juros que será cobrado sobre as parcelas mensais ou anuais.
Além disso, há a tarifa de abertura de cadastro que serve para cobrir os custos relativos ao processo da operação de crédito como a consulta aos órgãos de proteção, bases de dados e verificação de informações cadastrais.
Por isso, esta tarifa restitui ao banco pela oferta do crédito aos clientes.
Em terceiro lugar, o valor da taxa de análise de crédito é usado justamente para fazer esta verificação e garantir que o cliente tem condições de pagar as suas dívidas.
Portanto, o histórico e situação financeira do cliente são levados em consideração.
Já as taxas administrativas variam conforme a empresa definida pelo cliente e incluem serviços como a manutenção.
O custo efetivo total também é composto pelo valor dos seguros que garantem ao banco o pagamento da dívida caso o cliente perca o seu trabalho ou venha a falecer.
Dessa forma, a quantidade de seguros depende do serviço prestado e os principais são os seguintes:
Invalidez permanente e ou cobertura de morte, variando conforme a idade e a condição de saúde do cliente.
Também é importante destacar o IOF ou Imposto sobre Operações Financeiras.
No geral, o imposto é cobrado sobre títulos imobiliários, operações de câmbio, financiamentos e empréstimos.
Nesse sentido, o valor é calculado com base em duas taxas: 0,38% sobre o valor total e uma porcentagem de 0,0082% por dia.
Isso faz com que o prazo de pagamento seja fundamental para o cálculo do IOF.
E além das taxas acima, há outras como a taxa de administração para cobranças e boletos, análise jurídica e documental, bem como a avaliação do imóvel.
Sendo assim, tenha sempre em mente que a taxa aplicada depende do tipo de operação e também da instituição.
Como calcular o custo efetivo total
O CET é calculado com base na seguinte fórmula estabelecida pelo Banco Central:
Portanto, é interessante que você entenda o significado de cada item para que o cálculo seja feito.
N representa o prazo do contrato em dias corridos e J seria o intervalo entre a data do pagamento dos valores periódicos e a data do desembolso inicial, contado em dias corridos.
Assim, Dj é a data do pagamento dos valores cobrados, periódicos ou não (FC~) e D0 é a data que o valor do crédito foi liberado (FC0).
FC0 é o valor do crédito, tirando as tarifas e despesas que foram pagas antes.
Já o FCj indica os valores cobrados pelo banco, periódicos ou não, como tarifa de cadastro, juros e amortizações.
Agora, deixe-nos citar um exemplo de custo efetivo total:
Pense no financiamento de R $1 mil, em que as taxas são de 0,95% ao mês e 12% ao ano.
O cliente decide quitar a dívida em 5 meses, sendo que cada parcela tem o valor de R $205,73.
O banco cobra R $50 pela tarifa de abertura de cadastro, bem como o IOF é de R $10.
Dessa forma, tenha em mente o seguinte:
O cálculo não é simples, nós deixamos claro somente para que você tenha um conhecimento mais aprofundado.
Apesar da complexidade, você não precisa se preocupar porque o cálculo é feito pelo banco que lhe oferece o crédito.
E este banco é obrigado a lhe informar o valor do custo efetivo total.
Para ter a certeza do valor, você também pode usar a calculadora do Procon-SP, basta clicar aqui.
Conclusão
Por fim, decidimos destacar algumas dicas interessantes para quem pretende comparar o custo efetivo total de empréstimos e contratar a melhor opção.
Defina as instituições e no momento da simulação, use o mesmo valor como base, bem como a mesma quantidade de parcelas.
Também é importante que você esteja ciente das políticas de cada instituição financeira antes de fechar negócio. Assim, você evita surpresas indesejáveis.