Dezenas de pessoas podem ter sido mortas no Irã desde sexta-feira durante protestos contra um forte aumento nos preços da gasolina, afirma o escritório de direitos humanos da ONU.
Um porta-voz instou o pessoal de segurança a não usar força excessiva, incluindo o disparo de munição real, e pediu a restauração do acesso à Internet.
A Anistia Internacional afirmou ter recebido informações confiáveis de que pelo menos 106 manifestantes em 21 cidades morreram.
O governo do Irã denunciou os que estão nas ruas como “manifestantes”.
A situação atual não é clara por causa do fechamento quase total da Internet, que começou no final do sábado, mas protestos foram realizados em dezenas de cidades.
Os protestos eclodiram na sexta-feira depois que o governo anunciou que o preço da gasolina aumentaria em 50%, para 15.000 rials (US $ 0,12; US $ 0,09 na taxa de câmbio não oficial do mercado) um litro e que os motoristas teriam permissão para comprar apenas 60 litros por mês antes o preço subiu para 30.000 riais.
O presidente Hassan Rouhani disse que o governo estava agindo no interesse público e que o dinheiro arrecadado seria distribuído aos cidadãos mais necessitados do país.
No entanto, a decisão foi recebida com raiva generalizada em um país onde a economia já está cambaleando como resultado de sanções dos EUA restabelecidas no ano passado quando o presidente Donald Trump abandonou um acordo nuclear com o Irã.
As sanções fizeram com que as exportações de petróleo do Irã entrassem em colapso e o valor do rial caísse, e elevou os preços dos bens básicos.
No domingo, os protestos chegaram a cerca de 100 cidades, informou a agência de notícias semi-oficial Fars. Pelo menos 100 bancos e 57 lojas foram incendiados e cerca de 1.000 pessoas foram presas, acrescentou.